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O que é CUB?

O CUB, ou Custo Unitário Básico, é um método paramétrico de para realizar o orçamento de uma obra. Confira o que é CUB e como ele é definido e calculado.

Por Caio Pereira • Publicado em 21 de novembro de 2018

O CUB, ou Custo Unitário Básico, é um método paramétrico de orçamento de obras de construção, onde se obtém o custo por meio do produto entre o valor correspondente ao CUB e a respectiva área construída da edificação.

Quem calcula e como é definido o CUB?

O cálculo do CUB é produzido pelas unidades regionais do SINDUSCON (Sindicato das Indústrias da Construção Civil). Deve-se conferir os valores referentes ao CUB, mensalmente, no site dos sindicatos, considerando a abrangência regional para escolha do valor a adotar. A divulgação deve ocorrer até o dia 5 de cada mês.

Para acessar as tabelas de CUB atualizadas, separadas por estado, ano e mês, clique aqui.

Esse cálculo também é dividido segundo algumas tipologias padrão de edificações residenciais (uni e multifamiliares), comerciais e industriais.

Exemplo de valores do CUB

Exemplo de valores do CUB (Fonte: CBIC/Sinduscon)

Cada uma destas tipologias possui um conjunto de características bem definidas e um projeto a elas relacionado. Este projeto, por sua vez, possui uma listagem de insumos associada.

Seria complexo trabalhar mensalmente com um levantamento insumo a insumo, de modo que esta listagem de insumos também foi parametrizada em função de alguns equipamentos, insumos ou mão-de-obra.

Por exemplo: definiu-se uma relação de custos para equipamentos de banheiro em função do vaso sanitário. Nos meses seguintes, deve-se levantar apenas o preço de aquisição de um vaso sanitário, convertendo ao custo do conjunto por um coeficiente adequado. Cada um desses insumos que servem de referência ao cálculo do CUB compõem uma listagem chamada de lote básico.

CUB como estimador de orçamento

Por ser uma metodologia mais simplificada, o CUB traz maior incerteza em sua estimativa. Deve-se considerar, também, que seus dados são para as tipologias padrão, e não para quaisquer projetos.

Entretanto, há algumas aplicações práticas que permitem o uso do CUB em atividades de engenharia civil. Uma delas é para apresentar, de forma expedita, aos seus clientes, colegas de empresa e outros, o quanto pode custar determinado empreendimento.

Sindicatos de Engenheiros e alguns órgãos demonstram métodos de cálculo para honorários em consultorias a clientes. Algumas dessas fórmulas associam o orçamento da obra ao preço mínimo a ser cobrado, de forma ética, pelo serviço.

Mas, pelos métodos tradicionais de orçamento em custo por atividades, teríamos um cálculo com dados faltantes, a princípio, pois a obra não estaria projetada, deveria ser orçada, e esse orçamento dar origem aos honorários.

Então, utilizando o CUB, pode-se orçar a obra e definir previamente os honorários, dando uma resposta adequada de preço de honorários apenas com a área a construir.

Posso usar somente o CUB no orçamento?

Tal prática não é recomendada, em função das simplificações adotadas para cálculo do Custo Unitário Básico. O CUB não abrange as características de produtividade das equipes alocadas, possíveis ganhos de escala que as construtoras possam ter, ou outros fatores que afetam a precisão dos resultados e que, dentro de uma metodologia de custos por composições unitárias, seriam contemplados.

Além disso, o CUB não engloba os custos com:

CUB na incorporação de imóveis

Outra atividade de Engenharia está no orçamento, pelo CUB, de edificações, visando a incorporação (associação do terreno à edificação) no registro de imóveis.

O CUB serviria, nesse caso, como balizador do mercado, onde o valor orçado por composições unitárias é comparado com a soma entre orçamento pelo CUB e itens não abrangidos (elevadores, fundações especiais, etc).

Outra descrição para este comparativo de orçamentos, consagrada no meio de construção, é a de “fazer NBR”. A NBR 12721 (Avaliação de custos unitários de construção para incorporação imobiliária e outras disposições para condomínios edifícios – Procedimento) explica quais são os procedimentos necessários.

De forma resumida, deve-se considerar uma área a ser multiplicada pelo CUB. Mas, esta área não corresponde à área construída, de forma direta, pois há locais como sacadas, varandas e outros com complexidade e custo inferiores às demais áreas.

Então, criam-se áreas equivalentes que, somadas, geram uma área fictícia. Por exemplo: suponhamos um apartamento com 80,00 m² de área construída privativa e uma sacada com 2,00 m². Trazendo a questão de complexidade, teríamos uma área equivalente para a sacada (por exemplo 0,5 da área verdadeira, ou 1,00 m²).

A área fictícia total do apartamento, dessa forma, seria de 81,00 m², os quais deveriam ser multiplicados pelo CUB.

CUB como indexador de contratos

Quaisquer quantias monetárias não podem ser simplesmente somadas algebricamente ao longo do tempo. Isso acontece tanto em função de considerar possíveis ganhos em aplicações financeiras, como em função do efeito temporal de
inflação que ocorre com quaisquer moedas.

Um mecanismo para atualizar valores é a utilização de indexadores. Ou se pode multiplicar uma dada quantia pela diferença entre os indexadores, ou parametrizar a quantia em termos do indexador.

Para contratos de venda e financiamento de imóveis, algumas empresas atuam com a segunda opção, descrevendo o preço em termos do CUB e recebendo parcelas atreladas ao valor mensal que o CUB assumir.

Quer citar este artigo em seu trabalho? Utilize o modelo abaixo:

PEREIRA, Caio. O que é CUB?. Escola Engenharia, 2018. Disponível em: https://www.escolaengenharia.com.br/cub/. Acesso em: 26 de abril de 2024.

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